quarta-feira, 29 de junho de 2011


"Eu não amei aquele cara. Eu tenho certeza que não. Eu amei a mim mesma naquela verdade inventada.
Não era amor,era uma sorte. Não era amor, era uma travessura. Não era amor, eram dois travesseiros. Não era amor, eram dois celulares desligados. Não era amor, era de tarde. Não era amor, era inverno. Não era amor, era sem medo. NÃO ERA AMOR, ERA MELHOR”

Atalhos


Quanto tempo a gente perde na vida? Se somarmos todos os minutos jogados fora, perdemos anos inteiros. Depois de nascer, a gente demora pra falar, demora pra caminhar, aí mais tarde demora pra entender certas coisas, demora pra dar o braço a torcer. Viramos adolescentes teimosos e dramáticos. Levamos um século para aceitar o fim de uma relação, e outro século para abrir a guarda para um novo amor, e já adultos demoramos para dizer a alguém o que sentimos, demoramos para perdoar um amigo, demoramos para tomar uma decisão. Até que um dia a gente faz aniversário. 37 anos. Ou 41. Talvez 48. Uma idade qualquer que esteja no meio do trajeto. E a gente descobre que o tempo não pode continuar sendo desperdiçado.
Fazendo uma analogia com o futebol, é como se a gente estivesse com o jogo empatado no segundo tempo e ainda se desse ao luxo de atrasar a bola pro goleiro ou fazer tabelas desnecessárias. Que esbanjamento. Não falta muito pro jogo acabar. É preciso encontrar logo o caminho do gol.Sem muita frescura, sem muito desgaste, sem muito discurso. Tudo o que a gente quer, depois de uma certa idade, é ir direto ao assunto. Excetuando-se no sexo, onde a rapidez não é louvada, pra todo o resto é melhor atalhar. E isso a gente só alcança com alguma vivência e maturidade.


Pessoas experientes já não cozinham em fogo brando, não esperam sentados, não ficam dando voltas e voltas, não necessitam percorrer todos os estágios. Queimam etapas. Não desperdiçam mais nada.


-Uma pessoa é sempre bruta com você? Não é obrigatório conviver com ela.


-O cara está enrolando muito? Beije-o primeiro.


-A resposta do emprego ainda não veio? Procure outro enquanto espera.


Paciência só para o que importa de verdade. Paciência para ver a tarde cair. Paciência para sorver um cálice de vinho. Paciência para a música e para os livros. Paciência para escutar um amigo. Paciência para aquilo que vale nossa dedicação. Pra enrolação, atalho.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

"As vezes o meu silêncio é um grito. Às vezes eu quero dizer tudo nele. Às vezes eu demonstro muito mais o que eu to sentindo no silêncio, do que em horas de discurso. Mas eu só queria que você entendesse o que eu tanto quero dizer no meu silêncio. "
"..que seja doce o dia quando eu abrir as janelas e lembrar de você. que sejam doce os finais de tardes, inclusive os de segunda-feira - quando começa a contagem regressiva para o final de semana chegar. Que seja doce a espera pelas mensagens, ligações e recadinhos bonitinhos. que seja (mais do que) doce a voz ao falar no telefone. que seja doce o seu cheiro. Que seja doce o seu jeito, seus olhares, seu receio. que seja doce o seu modo de andar, de sentir, de demonstrar afeto. Que sejam doce suas expressões faciais, até o levantar de sobrancelha. Que seja doce a leveza que eu sentirei ao seu lado. que seja doce a ausência do meu medo. Que seja doce o seu abraço. que seja doce o modo como você irá segurar na minha mão. que seja doce. Que sejamos doce.. "
"Tudo dói, e eu já nem sei mais para onde ir nem o que fazer, se ao menos - Você me amasse um pouco, não estaria aqui e agora . Neste bar . Sozinha . Longe de você e de mim."

quinta-feira, 16 de junho de 2011


"Meu mundo se resume a palavras que me perfuram, a canções que me comovem, a paixões que já nem lembro, a perguntas sem respostas, a respostas que não me servem, à constante perseguição do que ainda não sei. Meu mundo se resume ao encontro do que é terra e fogo dentro de mim, onde não me enxergo, mas me sinto."

quarta-feira, 15 de junho de 2011

"Não tenho raiva de ninguém, mas minha prioridade agora é uma só: EU. Podem me chamar de egoísta, eu aceito. Mas chega uma hora na vida que a gente tem que parar de ser boa com os outros e ser boa – primeiramente - com a gente. Fiquei amarga? Não mesmo. Agora eu sou prática. Vacilou? A porta está aberta, meu bem. Sem dó nem piedade."

terça-feira, 7 de junho de 2011

"É um desafio imenso segurar as minhas palavras. Alguém fala, e eu fico segurando as tripas e tudo como quem abre uma caixa de borboletas e não quer deixá-las sair. Preciso ganhar coragem todos os dias para ser eu mesma sem querer me sabotar. Pois sempre parece difícil agüentar a própria pele, alguma coisa em mim transborda e não sabe voltar pro lado de dentro, nunca se esconde. Eu sou o exagero. A dor em mim não é dorzinha, é puta dor do caralho. E as lágrimas são oceanos que entopem o nariz, a alma e inundam a minha casa. O meu riso é covarde com a alegria alheia, faz a felicidade do mundo todo parecer somente minha. O sentimento em mim não é só maresia, não vem junto com as pessoas e as carícias. Ele vem antes que eu respire, antes que eu possa abrir os olhos, o sentimento já está lá latejando me esperando escovar os dentes.
E é por isso que o tempo todo, todo mundo vai embora.
Porque os meus excessos atrapalham o caminhar lento e prazeroso, vou derrubando as coisas, quebro copos, quadros, porta-retratos e acordos. Nem mesmo a minha espera sabe ser silenciosa. Ela vai gritar até estourar as veias, atrapalhar o meu sono, o seu e de quem mais estiver enrolado em meus cabelos. Não sei ser menos, não sei ser menor. E quando as coisas descem ladeira a baixo, não reclamo. Acho até que a vida é justa demais comigo. Sou feita de tombos e voltas, ela é só uma extensão de mim."
" Vai menina, fecha os olhos. Solta os cabelos. Joga a vida. Como quem não tem o que perder. Como quem não aposta. Como quem brinca somente. Vai, esquece do mundo. Molha os pés na poça. Mergulha no que te dá vontade. Que a vida não espera por você. Abraça o que te faz sorrir. Sonha que é de graça. Não espere. Promessas vão e vem. Planos, se desfazem. Regras, você as dita. Sonhos se realizam, ou não. Os olhos se fecham um dia, pra sempre. E o que importa você sabe, menina. É o quão isso te faz sorrir. E só. "

sábado, 4 de junho de 2011


Penso, com mágoa, que o relacionamento da gente sempre foi um tanto unilateral, sei lá, não quero ser injusto nem nada – apenas me ferem muito esses teus silêncios.
O tempo que temos, se estamos atentos, será sempre exato.
Extremos da Paixão
Não compreendo como querer o outro possa tornar-se mais forte do que querer a si próprio. Não compreendo como querer o outro possa pintar como saída de nossa solidão fatal. Mentira: compreendo, sim. Mesmo consciente de que nasci sozinho do útero de minha mãe, berrando de pavor para o mundo insano, e que embarcarei sozinho num caixão rumo a sei lá o quê, além do pó. O que ou quem cruzo esses dois portos gelados da solidão é vera viagem: véu de maya, ilusão, passatempo. E exigimos o eterno do perecível, loucos.
Ah, fumarás demais, beberás em excesso, aborrecerás todos os amigos com tuas histórias desesperadas, noites e noites a fio permanecerás insone, a fantasia desenfreada e o sexo em brasa, dormirás dias adentro, noites afora, faltarás ao trabalho, escreverás cartas que não serão nunca enviadas, consultarás búzios, números, cartas e astros, pensarás em fugas e suicídios em cada minuto de cada novo dia, chorarás desamparado atravessando madrugadas em tua cama vazia, não consegurás sorrir nem caminhar alheio pelas ruas sem descobrires em algum jeito alheio o jeito exato dele, em algum cheiro estranho o cheiro preciso dele(…)
Claro que você não tem culpa, coração, caímos exatamente na mesma ratoeira, a única diferença é que você pensa que pode escapar, e eu quero chafurdar na dor deste ferro enfiado fundo na minha garganta seca que só umedece com vodca, me passa o cigarro, não, não estou desesperada, não mais do que sempre estive.
Mas não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma? Ah, passa devagar a tua mão na minha cabeça, toca meu coração com teus dedos frios, eu tive tanto amor um dia, ela pára e pede, preciso tanto tanto tanto, cara, eles não me permitiram ser a coisa boa que eu era.
Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu.
Chegue bem perto de mim. Me olhe, me toque, me diga qualquer coisa ou não diga nada, mas chegue mais perto. Não seja idiota, não deixe isso se perder, virar poeira, virar nada.
E amar muito, quando é permitido, deveria modificar uma vida – reconheceu, compenetrado. Como uma ideologia, como uma geografia: palmilhar cada vez mais fundo todos os milímetros de outro corpo, e no território conquistado hastear uma bandeira.
Não vou perguntar porque você voltou,acho que nem mesmo você sabe…Eu também não queria perguntar,pensei que só no silêncio fosse possível construir uma compreensão,mas não é,sei que não é,você também sabe,pelo menos por enquanto,talvez não se tenha ainda atingido o ponto em que um silêncio basta?É preciso encher o vazio de palavras,ainda que seja tudo incompreensão?Só vou perguntar porque você se foi, se sabia que haveria uma distância, e que na distância a gente perde ou esquece tudo aquilo que construiu junto.E esquece sabendo que está esquecendo…
De todos aqueles dias seguintes, só guardei três gostos na boca – de vodca, de lágrima e de café. O de vodca, sem água nem limão ou suco de laranja, vodca pura, transparente, meio viscosa, durante as noites em que chegava em casa e, sem Ana, sentava no sofá para beber no último copo de cristal que sobrara de uma briga. O gosto de lágrimas chegava nas madrugadas, quando conseguia me arrastar da sala para o quarto e me jogava na cama grande, sem Ana, cujos lençóis não troquei durante muito tempo porque ainda guardavam o cheiro dela, e então me batia e gemia arranhando as paredes com as unhas, abraçava os travesseiros como se fossem o corpo dela, e chorava e chorava e chorava até dormir sonos de pedra sem sonhos.
Andei pensando coisas. O que é raro, dirão os irônicos. Ou “o que foi?” – perguntariam os complacentes. Para estes últimos, quem sabe, escrevo. E repito: andei pensando coisas sobre amor, essa palavra sagrada. O que mais me deteve, do que pensei, era assim: a perda do amor é igual à perda da morte. Só que dói mais. Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro(a)- mas a morte é inevitável, portanto normal. Quando você perde alguém que você ama, e esse amor – essa pessoa – continua vivo(a), há então uma morte anormal,

Ando meio fatigado de procuras inúteis e sedes afetivas insaciáveis.
Meu coração tá ferido de amar errado.
Acho espantoso viver, acumular memórias, afetos.
É preciso estar distraído e não esperando absolutamente nada. Não há nada a ser esperado. Nem desesperado.
Tô exausto de construir e demolir fantasias. Não quero me encantar com ninguém.

Ah, então foi pra ele que eu dei meu coração e tanto sofri? Amor é falta de QI, tenho cada vez mais certeza.


Caio F. Abreu

sexta-feira, 3 de junho de 2011

"Eu adoro ser assim, desajeitada, desorganizada, chorona, boba, risonha, chata, palhaça, carinhosa, e cheia de outros defeitos. Mas sabe qual a melhor parte de tudo isso? Saber que existem pessoas que me amam exatamente assim. " 


"Sigo a vida conforme o roteiro, sou quase normal por fora, pra ninguém desconfiar. Mas por dentro eu deliro e questiono. Não quero uma vida pequena, um amor pequeno, uma alegria que caiba dentro da bolsa. Eu quero mais que isso. Quero o que não vejo. Quero o que não entendo. Quero muito e quero sem fim. Não cresci pra viver mais ou menos, nasci com dois pares de asas, vou aonde eu me levar. Por isso, não me venha com superfícies, nada raso me satisfaz. Eu quero é o mergulho. Entrar de roupa e tudo no infinito que é a vida. E rezar – se ainda acreditar – pra sair ainda bem melhor do outro lado de lá.” 

                                         

“Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles. A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar embora não sem dor que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. Às vezes, quando os procuro, noto que eles não têm noção de como me são necessários de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital porque eles fazem parte do mundo que eu tremulamente construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida."



"Tenho fases, como a Lua; fases de ser sozinha, fases de ser só sua."

Nem tudo é Fácil


 
É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar
alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida...Mas, com certeza, nada é impossível
Precisamos acreditar, ter fé e lutar
para que não apenas sonhemos, Mas também tornemos todos esses desejos,
realidade!!!

quinta-feira, 2 de junho de 2011


"(...) farei o possível para não amar demais as pessoas, sobretudo por causa das pessoas. Às vezes o amor que se dá pesa, quase como uma responsabilidade na pessoa que o recebe. Eu tenho essa tendência geral para exagerar, e resolvi tentar não exigir dos outros senão o mínimo. É uma forma de paz..."

Felicidade é uma viagem


"Nós nos convencemos que a vida ficará melhor algum dia, quando nos casarmos, quando tivermos um filho e, depois, outro. Então, ficamos frustrados porque nossos filhos não tem idade suficiente e seria muito melhor se tivessem...
Depois, nos frustramos porque temos filhos adolescentes e temos de lidar com eles. Certamente seremos mais felizes quando nossos filhos tiverem ultrapassado essa fase.
Dizemos que nossa vida só será completa quando nosso cônjuge conseguir o que busca, quando tivermos comprado um carro melhor, ou tivermos condições de fazer uma viagem longa, quando tivermos nos aposentado.
A verdade é que não há melhor época para ser feliz do que agora mesmo. Se não, quando? Sua vida será sempre cheia de desafios. Melhor admitir isto para você mesmo e decidir ser feliz de qualquer modo.
Uma das minhas frases favoritas é de Alfred D.Souza, quando diz: "Por muito tempo eu pensei que a minha vida fosse se tornar uma vida de verdade. Mas sempre havia um obstáculo no caminho, algo a ser ultrapassado antes de começar a viver - um trabalho não terminado, uma conta a ser paga. Aí sim, a vida de verdade começaria. Por fim, cheguei à conclusão de que esses obstáculos eram a minha vida de verdade."
Essa perspectiva tem me ajudado a ver que não existe um caminho para a felicidade.
A FELICIDADE É O CAMINHO.
Assim, aproveite todos os momentos que você tem.
E aproveite-os mais se você tem alguém especial para compartilhar, especial o suficiente para passar seu tempo; e lembre-se que o tempo não espera ninguém.
Portanto, pare de esperar até que você termine a faculdade;
até que você volte para a faculdade;
até que você perca 05 quilos; até que você ganhe 05 quilos;
até que você tenha tido filhos; até que seus filhos tenham saído de casa;
até que você se case; até que você se divorcie;
até sexta feira à noite; até segunda de manhã;
até que você tenha comprado um carro ou uma casa novos;
até que o carro ou a casa tenham sido pagos;
até o próximo verão, primavera, outono, inverno;
até que você esteja aposentado;
até que sua música toque;
até que você tenha terminado seu drink;
até que você esteja sóbrio de novo;
até que você morra e decida que não há hora melhor para ser feliz do que AGORA MESMO....
Felicidade é uma viagem, não um destino.
Por isso...
 
“Trabalhe como se você não precisasse de dinheiro;
Ame como se você nunca tivesse se machucado;
E dance como se ninguém estivesse olhando!"

O Sol e a Lua




Quando o SOL e a LUA se encontraram pela primeira vez,
se apaixonaram perdidamente
e a partir daí começaram a viver um grande amor.
Acontece que o mundo ainda não existia
e no dia que Deus resolveu criá-lo,
deu-lhes então o toque final... o brilho !
Ficou decidido também que o SOL iluminaria o dia
e que a LUA iluminaria
a noite, sendo assim,
seriam obrigados a viverem separados.
          Abateu-se sobre eles uma grande tristeza
quando tomaram conhecimento
de que nunca mais se encontrariam.

A LUA foi ficando cada vez mais amargurada,
mesmo com o brilho que Deus havia lhe dado,
ela foi se tornando solitária.

O SOL por sua vez havia ganhado
um título de nobreza "ASTRO REI",
mas isso também não o fez feliz.

Deus então chamou-os e explicou-lhes:
 Vocês não devem ficar tristes,
ambos agora já possuem um brilho próprio.
Você LUA, iluminará as noites frias e quentes,
encantará os enamorados
e será diversas vezes motivo de poesias.
Quanto a você SOL, sustentará esse título
porque será o mais importante dos astros,
iluminará a terra durante o dia,
fornecerá calor para o ser humano
e a sua simples presença fará as pessoas mais felizes.
A LUA entristeceu-se muito com seu
terrível destino e chorou dias a fio...
já o SOL ao vê-la sofrer tanto,
decidiu que não poderia deixar-se
abater pois teria que dar-lhe forças e ajudá-la
a aceitar o que havia sido decidido por Deus.
No entanto sua preocupação era tão grande
que resolveu fazer um pedido a ELE:
Senhor, ajude a LUA por favor,
ela é mais frágil do que eu,
não suportará a solidão...
E Deus em sua imensa bondade criou então
as estrelas para fazerem companhia a ela.

A LUA sempre que está muito triste
recorre as estrelas que fazem de tudo
para consolá-la, mas quase sempre não conseguem.

Hoje eles vivem assim... separados,
o SOL finge que é feliz, a LUA não
consegue esconder que é triste.

O SOL ainda esquenta de paixão pela LUA
e ela ainda vive na escuridão da saudade.

Dizem que a ordem de Deus era que a LUA
deveria ser sempre cheia e luminosa,
mas ela não consegue isso....
porque ela é mulher, e uma mulher tem fases.
Quando feliz consegue ser cheia,
mas quando infeliz é
minguante e quando minguante nem sequer
é possível ver o seu brilho.

LUA e SOL seguem seu destino,
ele solitário mas forte,
ela acompanhada das estrelas, mas fraca.
Humanos tentam a todo instante conquistá-la,
como se isso fosse possível.
Vez por outra alguns deles vão até ela
e voltam sempre sozinhos, nenhum deles
jamais conseguiu trazê-la até a terra,
nenhum deles realmente conseguiu conquistá-la,
por mais que achem que sim.
Acontece que Deus decidiu que
nenhum amor nesse mundo seria de todo
impossível, nem mesmo o da LUA e o do SOL...
e foi aí então que ele criou o eclipse.
Hoje SOL e LUA vivem da espera desse instante,
desses raros momentos que lhes foram concedidos
e que custam tanto a acontecer.
Quando você olhar para o céu a partir de agora
e ver que o SOL encobriu a LUA
é porque ele deitou-se sobre ela e começaram a se amar
e é ao ato desse amor que se deu o nome de eclipse.
Importante lembrar que o brilho
do êxtase deles é tão grande que
aconselha-se não olhar para o céu nesse momento,
seus olhos podem cegar de ver tanto amor.

Bem, mas na terra também existe sol e lua...
e portanto existe eclipse....
mas essa era a única parte da história
que você já sabia, não era?

A menina e o Pássaro Encantado



"Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor amigo. Ele era um pássaro diferente de todos os demais: Era encantado. Os pássaros comuns, se a porta da gaiola estiver aberta, vão embora para nunca mais voltar.
Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades...
Suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava.
Certa vez, voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão.
"- Menina, eu venho de montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco de encanto que eu vi, como presente para você...".
E assim ele começava a cantar as canções e as estórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro.
Outra vez voltou vermelho como fogo, penacho dourado na cabeça.
"... Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga.
Minhas penas ficaram como aquele sol e eu trago canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes.
E de novo começavam as estórias.
A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e por isso voltava sempre.
Mas chegava sempre uma hora de tristeza.
"- Tenho que ir", ele dizia.
"- Por favor não vá, fico tão triste, terei saudades e vou chorar....".
"- Eu também terei saudades", dizia o pássaro. "-- Eu também vou chorar.
Mas eu vou lhe contar um segredo: As plantas precisam da água, nós precisamos do ar, os peixes precisam dos rios... E o meu encanto precisa da saudade. É aquela tristeza, na espera da volta, que faz com que minhas penas fiquem bonitas.
Se eu não for, não haverá saudades.
Eu deixarei de ser um pássaro encantado e você deixará de me amar.
Assim ele partiu. A menina sozinha, chorava de tristeza à noite, imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa destas noites que ela teve uma idéia malvada.
"- Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá; será meu para sempre. Nunca mais terei saudades, e ficarei feliz".
Com estes pensamentos comprou uma linda gaiola, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera.
Finalmente ele chegou, maravilhoso, com suas novas cores, com estórias diferentes para contar.
Cansado da viagem, adormeceu.
Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola para que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz.
Foi acordar de madrugada, com um gemido triste do pássaro.
"- Ah! Menina... Que é que você fez? Quebrou-se o encanto. Minhas penas ficarão feias e eu me esquecerei das estórias...".
Sem a saudade, o amor irá embora...
A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas isto não aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ia ficando diferente.
Caíram suas plumas, os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio; deixou de cantar.
Também a menina se entristeceu. Não, aquele não era o pássaro que ela amava.
E de noite ela chorava pensando naquilo que havia feito ao seu amigo...
Até que não mais agüentou.
Abriu a porta da gaiola.
"- Pode ir, pássaro, volte quando quiser...".
"- Obrigado, menina. É, eu tenho que partir. É preciso partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro da gente. Sempre que você ficar com saudades, eu ficarei mais bonito.
Sempre que eu ficar com saudades, você ficará mais bonita. E você se enfeitará para me esperar...
E partiu. Voou que voou para lugares distantes. A menina contava os dias, e cada dia que passava a saudade crescia.
"- Que bom, pensava ela, meu pássaro está ficando encantado de novo...".
E ela ia ao guarda-roupa, escolher os vestidos; e penteava seus cabelos, colocava flores nos vasos...
"- Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje...
Sem que ela percebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado como o pássaro.
Porque em algum lugar ele deveria estar voando. De algum lugar ele haveria de voltar.
AH! Mundo maravilhoso que guarda em algum lugar secreto o pássaro encantado que se ama...
E foi assim que ela, cada noite ia para a cama, triste de saudade, mas feliz com o pensamento.
- Quem sabe ele voltará amanhã....
E assim dormia e sonhava com a alegria do
reencontro."

Rubem Alves

quarta-feira, 1 de junho de 2011



"Depois de todas as tempestades e naufrágios, o que fica de mim em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro."

Caio F. Abreu
"Sigo a vida conforme o roteiro, sou quase normal por fora, pra ninguém desconfiar. Mas por dentro eu deliro e questiono. Não quero uma vida pequena, um amor pequeno, um alegria que caiba dentro da bolsa. Eu quero mais que isso. Quero o que não vejo. Quero o que não entendo. Quero muito e quero sem fim. Não cresci pra viver mais ou menos, nasci com dois pares de asas, vou aonde eu me levar. Por isso, não me venha com superfícies, nada raso me satisfaz. Eu quero é o mergulho. Entrar de roupa e tudo no infinito que é a vida. E rezar – se ainda acreditar – pra sair ainda bem melhor do outro lado de lá.”

Nada é Para Sempre

Não sei Amar pela Metade; nunca soube. Aliás, não se trata só de Amor, mas de qualquer tipo de sentimento. Não sinto nada mais ou menos, Ou Eu Gosto ou Não Gosto. Não sei Sentir em doses Homeopáticas. Preciso e Gosto de Intensidade.

Não me apetece viver Historias Medíocres, Paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar. Não sei Brincar e Ser café com Leite. Só quero na Minha Vida Pessoas que Transpire Adrenalina de alguma forma, que tenha coragem suficiente pra me dizer o Que Sente Antes, Durante e Depois ou que Invente Boas Estórias Caso não Possa Vivê-las.

Porque eu Acho sempre muitas Coisas – Porque tenho uma mente Fértil e Delirante – e Porque posso achar errado e Ter que me Desculpar – e Detesto Pedir desculpas embora o faça sem Dificuldade se me provarem que Estraguei Tudo Achando o que não Devia.

Quero Grande Histórias e Estórias; quero o Amor e Ódio; quero o Mais, o Demais ou Nada.
Não importa o que é de Verdade ou que é de Mentira, mas tem Que Me Convencer, Extrair o Máximo do Meu Prazer e me Fazer Crêr que “ Era Para Sempre” Quando Eu Digo convicta que “Nada é para Sempre”.
Porque Eu Sou Assim ...

Felicitá!!


"Nunca desista de caminhar. Caminhando, não tenha medo de tropeçar.
Tropeçando, não tenha medo de se ferir. Ferindo-se, tenha coragem para
corrigir algumas rotas da sua vida, mas não pense em recuar. Para não
recuar nunca deixe de amar o espetáculo da vida, porque ao amá-lo,
ainda que o mundo desabe sobre você, você jamais desistirá de
caminhar..."


                                           Augusto Cury

Entre Amigos



"Para que serve um amigo? Para rachar a gasolina, emprestar a prancha, recomendar um disco, dar carona pra festa, passar cola, caminhar no shopping, segurar a barra. Todas as alternativas estão corretas, porém isso não basta para guardar um amigo do lado esquerdo do peito.

Milan Kundera, escritor tcheco, escreveu em seu último livro, "A Identidade", que a amizade é indispensável para o bom funcionamento da memória e para a integridade do próprio eu. Chama os amigos de testemunhas do passado e diz que eles são nosso espelho, que através deles podemos nos olhar. Vai além: diz que toda amizade é uma aliança contra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano ficaria desarmado contra seus inimigos.

Verdade verdadeira. Amigos recentes custam a perceber essa aliança, não valorizam ainda o que está sendo contruído. São amizades não testadas pelo tempo, não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades ou se serão varridos numa chuva de verão. Veremos.

Um amigo não racha apenas a gasolina: racha lembranças, crises de choro, experiências. Racha a culpa, racha segredos.

Um amigo não empresta apenas a prancha. Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta.

Um amigo não recomenda apenas um disco. Recomenda cautela, recomenda um emprego, recomenda um país.

Um amigo não dá carona apenas pra festa. Te leva pro mundo dele, e topa conhecer o teu.

Um amigo não passa apenas cola. Passa contigo um aperto, passa junto o reveillon.

Um amigo não caminha apenas no shopping. Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado.

Um amigo não segura a barra, apenas. Segura a mão, a ausência, segura uma confissão, segura o tranco, o palavrão, segura o elevador.

Duas dúzias de amigos assim ninguém tem. Se tiver um, amém."


E essa Saudade!!!


"Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.

Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer."

Martha Medeiros

Ah o Mar!!!







"Foi assim, como ver o mar
A primeira vez que meus olhos se viram no seu olhar
Não tive a intenção de me apaixonar
Mera distração e já era momento de se gostar
Quando eu dei por mim nem tentei fugir
Do visgo que me prendeu dentro do seu olhar
Quando eu mergulhei no azul do mar
Sabia que era amor e vinha pra ficar
Daria pra pintar todo azul do céu
Dava pra encher o universo da vida que eu quis pra mim
Tu...do que eu fiz foi me confessar
Escravo do seu amor, livre pra amar
Quando eu mergulhei fundo nesse olhar
Fui dono do mar azul, de todo azul do mar
Foi assim, como ver o mar
Foi a primeira vez que eu vi o mar
Onda azul, todo azul do mar
Daria pra beber todo azul do mar
Foi quando mergulhei no azul do mar."


Flávio Venturini

Que seja doce




“Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante. Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se fosse nada.”

Caio Fernando Abreu




Já dizia Clarice Lispector

"Sou como você me vê,
posso ser leve como uma brisa
ou forte com uma ventania.
Depende de quando e como
você me vê passar."